O dia amanhece, chega o despertar para a vida que segue. Olho pro ontem, pro amanhã, não sei onde estou. Como seria de se esperar, imagino que talvez o "não" seja mais por medo que por ausência de vontade ou interesse.
Já deixei que o medo me dominasse muitas vezes. O medo de perder o que eu tinha, amizade que era muito preciosa para mim. O medo de me desiludir, de fazer com que ela caísse do pedestal onde eu a havia colocado. Medo de me machucar, o terror absoluto que sempre assombra a idéia de machucar quem eu gosto. Já me deixei dominar pelo medo de estragar o futuro daquela com quem eu queria passar o futuro, e saí assim, sem nenhum dos dois entenderem o porquê. Deixei que o medo do oceano do incerto me impedisse de sair do barco que navegava para onde eu não queria ir.
Com todo esse receio, toda essa cautela, acabei me trancando em uma redoma, me isolando do mundo e das pessoas que poderiam estar comigo. E fui só.
Por isso resolvi não mais me entregar ao medo. Prometi a mim mesmo que não ficaria acovardado em um canto, que me arriscaria, que aceitaria a chance de perder quando eu tivesse muito a ganhar. Pode não dar certo, pode ser tudo uma ilusão, mas não terá sido em vão. Valeu a viagem, a tentativa, valeu o fantasma que foi afastado um pouquinho mais. Eu sei dos riscos, eu sei que não é simples como nos contos de fada, mas aceito isso como parte indivisível do todo.
Tenho medo sim, também sangro quando me machuco.
Apenas resolvi enfrentá-lo.
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Medo
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